sábado, 8 de janeiro de 2022

A mente da iluminação



"Bodhichitta, ou coração desperto, começa pelo anseio de nos livrarmos de qualquer coisa que nos atrapalhe, no intento de ajudar os outros. Desejamos nos livrar de nossos pensamentos confusos e padrões habituais que encobrem nossa bondade essencial, inata, de modo a sermos menos reativos e menos presos ao nosso modo antigo de ser. Compreendemos que, ao irmos além, seja em que grau for, de nossas neuroses e hábitos, conseguiremos ficar mais disponíveis para aqueles adolescentes, para nossos familiares, para a comunidade como um todo ou para os estranhos que encontrarmos. Interiormente, talvez ainda estejamos passando por fortes sentimentos e reações, mas, se soubermos como trabalhar essas emoções, sem cair em nosso padrão de comportamento, estaremos nos disponibilizando aos demais. E, mesmo que não haja nada substancial que possamos fazer para ajudar, as pessoas sentirão nosso apoio, o que ajuda muito.


Bodhichitta também é um compromisso. Nós nos comprometemos a fazer tudo que for preciso para nos livrarmos completamente de todas as variantes de confusão, hábitos inconscientes e sofrimentos que nos assolam, pois isso nos impede de estar disponíveis para os outros. Na linguagem do budismo, nosso compromisso máximo é atingir a "iluminação". Em essência, isso significa saber quem realmente somos. Uma vez iluminados, estaremos totalmente ligados à nossa natureza mais profunda, que é fundamentalmente franca e generosa, compreensiva e disponível ao próximo. Saberemos que isso é verdadeiro, sem qualquer dúvida, sem nenhum retrocesso. Nesse estado, possuíremos o máximo possível de sabedoria e habilidade, que nos possibilitarão beneficiar os outros e ajudá-los a despertar de modo pleno."

Pema Chodron


A mente da iluminação

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